Os anjinhos de carinhas sempre tão tristes sairiam por aí a espalhar solidão.
Os pombos, coitados, seriam devorados pelos grandes bicos da águia que vive à espreita.
E agora, tenho um companheiro. Um homem-de-rua os observa também. Todos eles têm o dobro do seu tamanho. E mesmo já cansado de enxergá-los todos os dias, sempre numa mesma posição, ainda se impressiona com tamanha imensidão.
"Como sou pequenino diante deles", pensa.
O Rei da Selva acaba de engolir a criancinha vestida de roxo. Ainda vê-se retalhos do vestidinho arroxeado pelo chão da praça.
As pequenas e lentas tartarugas carregam os anjinhos - que não podem se mexer, pois seguram fontes de luz em suas cabeças - como se fossem sua Majestade.
E lá em cima, eis o maioral. O grande caboclo com suas armas de guerra. Apesar de estar no alto, mantém sempre a cabeça baixa, como se quisesse dizer "Não sou mejor que vocês, e nem serei. Busco somente justicia."
Pessoas passam por aqui sempre risonhas. Sempre no horário em que o Sol queima e deixa a praça mais vistosa. Mas nenhuma percebe que a estrutura, apesar de velha, parece intacta. E os pássaros a embelezam ainda mais, mesmo deixando seus restos nos cantos.
Oh, se tão somente olhassem para os lados e prestassem atenção.
Oh, índio, se não tivesses estes prédios ao redor de ti, serias um poço de mistérios.
Isso aqui é Bahia!
Estátuas do Séc. MDCCCLXXXXV, Salvador, Bahia.
bonito. tão singelo. bonito, Larissa.
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